Ah São Paulo….cidade onde passei 39 anos da minha vida. Cresci em um bairro tradicional e histórico: Ipiranga. Lá encontrei as amigas que são para sempre, apesar de não nos vermos há algum tempo já.
Infância na rua, brincando com meus primos e enlouquecendo as freiras do colégio que eu estudava. Não tinha muita ideia da imensidão da cidade, porque meu mundo se resumia às padarias do Ipiranga, onde adorava ir com meu pai, tomar café da manhã e esperar o frango de televisão ficar pronto para o almoço.
Só aos 17 anos entendi essa cidade. Entrei na faculdade, do lado oposto, extremo da zona oeste! Cruzava todos os dias, do Ipiranga ao Butantã de transporte coletivo: ônibus e metro. Quanta gente diferente, quantas coisas no percurso de duas horas. Aprendia tanto, ou mais do que na sala de aula…
O tempo passou e tanta água rolou por debaixo das pontes do rio Pinheiros e Tietê.
Brooklin, Higienópolis, Consolação, Jardins, Vila Mariana, Pinheiros, Santo Amaro, Lapa, Perdizes, Morumbi, Sé, Aclimação, Vila Prudente, Vila Madalena, Barra Funda…. um bocado de bairros se somaram ao meu repertório. Cada um sendo quase um universo particular.
Problemas, assaltos, descaso. Comecei a odiar e reclamar, muito! Achei que eu e São Paulo estávamos quites. Chega! Vou me embora, não para Passárgada, mas pra Washington DC mesmo.
Já fazem 3 anos e nem em DC estou mais. Agora vivo no Acre americano, Seattle, um canto no extremo noroeste americano, mas que pretende ser e agir como uma cidade cosmopolita, cheia de tecnologia e modernidade, mas um pouco carente da diversidade e da energia que faz da Pauliceia algo tão único!
Nem em Nova Iorque é possível encontrar essa magnitude urbana – desculpa aí Douglas 😉
Penso que não sou do Brasil, sou de São Paulo. Essa terra do concreto e da feiura, que carrega uma mistura explosiva de todos os cantos, carregada de brasilidade. Eu sei, é confuso mesmo.
Não tinha ideia do quanto já era familiarizada com a cultura japonesa, goiana, italiana, mineira, espanhola, alemã, baiana, recifense, curitibana, catarinense, haitiana, francesa, manauense, árabe, judaica… Nos limites dessa cidade cabe o mundo! Obrigada São Paulo, por me preparar. E ah, São Paulo, como te odeio. Porque você me deixou mal- acostumada e em nenhum canto do mundo encontrarei o que você me proporcionou.
Saudades do seu caos, minha amada terra! Foi preciso perder-te para ver o quanto é gigante e generosa.
Quem sabe, um dia, não nos encontramos novamente?
Nossa,tem um pessoal de minha cidade,amigos mesmo,que tem um bar “Cantinho do Ipiranga” sempre que vejo fotos parece ser tão bom…
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Nossa ,tem um pessoal,amigos de infância , que tem um bar aí o “Cantinho do Ipiranga” sempre que vejo fotos o ambiente parece ser tão bom…Como sou do interior não sei bem o que é viver numa grande cidade…
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Não conheço esse bar…. vou procurar! Obrigada Rita! 😘
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